quinta-feira, 20 de setembro de 2007

QUEM É (ERA) CRISTÓVÃO COLOMBO?

Recentemente li a obra de Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva, Cristóvão Cólon [Colombo] era Português, da QuidNoviHistória (2.ª ed.), 2006. Há muito que vejo o nome de Cristóvão Colombo associado a enigmas e nos escaparates vão surgindo os mais diversos títulos que abordam a figura deste navegador. Creio que o último que vi se chamava “Cristóvão Colombo, o Último Templário”. E mais recentemente li, em nota de rodapé no telejornal, que o filme do cineasta português Manoel de Oliveira, Cristóvão Colombo, O Enigma tinha recebido o prémio Bisato D’Oro no 64.º Festival de Veneza. O filme é baseado exactamente na obra dos primeiros autores citados (Ver www.rtp.pt/index.php?article=297397&visual=16&rss=0). Perante tanto título e tanta insistência no enigma, as dúvidas (?) são cada vez mais, ou, pelo menos, a pequena dúvida permanece. Em História, nada é definitivo, diz-se muitas vezes. Por isso, aquilo que para mim é mais crítico, é aquela expressão de Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva, quando reclamam mais sinceridade dos professores portugueses nas escolas, pura e simplesmente ensinando os princípios que tão sagazmente defendem: a portugalidade de Colombo e da Pedra de Dighton, onde toda a simbologia é portuguesa e o nome de Miguel Corte Real dá a Portugal a prioridade na colonização atlântica da América do Norte.
E que dizer do romance de autoria do jornalista e apresentador de televisão, José Rodrigues dos Santos, O Codex 632? (Ver opinião em www.aph.pt/opiniao/index.html).
Recordo-me desta disputa ter surgido pela primeira vez, pelo menos para mim com esta acutilância, com a obra do historiador Mascarenhas Barreto, no início da década de 90 do último século, ao identificar Colombo como um agente secreto ao serviço de D. João II.
É evidente que se refutam e continuam a refutar cada nova tese e aquelas que continuam fundamentadas em bases tão pouco (?) sólidas, se é que de bases se pode falar. Não faltam historiadores e especialistas a contestar todas estas obras, mas, o que é certo, é que se continua a vender. Será que é tudo mediático? O consumismo justifica tudo?