sábado, 27 de dezembro de 2008

HAROLD PINTER (1930-2008)

Uma homenagem a um poeta e dramaturgo que não conheço e de quem nunca li qualquer obra. Mas recordo ecos que os media fizeram renascer do seu discurso, aquando da entrega do Prémio Nobel, em 2005, um discurso quase encenado (?) porque o autor saíra de propósito do hospital onde se encontrava internado.
Como cidadão, não se coíbe de fazer um ataque cerrado à política externa norte-americana, - posição já expressa no tal discurso de aceitação do Nobel da Literatura - sobretudo por causa da invasão do Iraque. Chamar a Tony Blair, então ainda primeiro ministro-britânico, "idiota iludido" e a George W. Bush, "assassino em massa", não pode ser apenas mera oposição política. Advém de alguém que se recusou a fazer o serviço militar, em 1948. Provavelmente conhecera na pele os horrores da guerra!

SAMUEL P. HUNTINGTON (1927-2008)

Acabo de saber da morte de Samuel Huntington, autor de “O Choque das Civilizações e a Mudança na Ordem Mundial”, obra que li quase de um fôlego há pouco mais de dois anos (Julho de 2006). Fora-me recomendada por razões profissionais, aquando de uma acção de formação. Deveria indicar aos alunos a leitura de algumas páginas e, naturalmente, era salutar que tivesse uma visão de conjunto. Devo acrescentar que o seu conteúdo não constituía absoluta novidade, ou porque já encontrara pontos de vista semelhantes em artigos de revistas ou jornais, ou porque conversações ocasionais proporcionaram a expressão de ideias muito próximas. No entanto, quando esta temática – os choques civilizacionais – foram tema de um debate nos “Prós e Contras”, fiquei perplexo quando um professor de uma universidade, na primeira fila, considerou o livro de Huntington “cientificamente sofrível”. Ideias são ideias e cada um pode dizer o que quiser, mas fundamentado. E que fundamentos tenho eu para o contestar. Mas aquela expressão assim a seco deixou-me um pouco abalado. Considero que é muito cedo ainda para tal afirmação, a não ser que tantos acontecimentos que nos vão envolvendo sejam meros actos fortuitos.
Honra ao homem e à obra, pelo menos porque considero o seu ponto de vista mais «uma pedrada no charco».