Nunca li qualquer obra do prémio Camões 2008, mas o seu nome não me era desconhecido. E quando li o pequeno texto da coluna de Henrique Raposo (Expresso de 02 Agosto 2008) não percebi aquele «monólogo de uma libertina» e «No Ocidente, também há homens que não se importariam de enfiar burkas em todas as mulheres ‘gostosíssimas’». Curiosamente, na mesma edição do Expresso, no caderno Actual, lá aparecia a explicação: Ubaldo “se tornou notícia em Portugal por duas cadeias de supermercados terem proibido a venda do romance «A Casa dos Budas Ditosos» devido às suas obscenidades”.
Afinal, os ditos cujos “palavrões” não são apenas literatura; dão também muito dinheiro. Daí aquela liberdade de criança: dizer palavrões era ser grande, era deixar de ser pequenino. E o dinheiro sempre dá liberdade e grandeza. E como é que se consegue dizer o contrário aos alunos, sobretudo em momentos de rebeldia ou de grandeza? São mal-educados... Arte e liberdade em confronto…