sexta-feira, 22 de junho de 2007

ILITERACIA



Será a iliteracia do livro? Este vídeo chegou-me no último fim de semana. E logo me assaltou uma questão: apenas sátira? Quando, nos dias de hoje, se diz que não se lê, se lança um PNL para estimular a leitura, bibliotecas escolares diversificam estratégias para cativar os alunos incentivando-os à leitura voluntária e continuada, penso no parente pobre que se pode tornar o livro, em formato papel ou on-line! Quanta dificuldade em levar os alunos a ler outros livros, para além do manual – quantos nem o lêem!? Valha-nos o cinema e tv onde os filmes ainda não são dobrados e sempre apelam à leitura das legendas. No entanto, haja esperança: as últimas Feiras do Livro em Lisboa e Porto dão a conhecer que aumentaram as vendas! Mas, também há o outro lado da questão: quem não conhece casos de livros e mais livros que se acumulam em prateleiras como simples adornos, porque é chique, porque… até se dissimulam com lombadas muito clássicas – letras a ouro! – mas mera porta de uma garrafeira, por exemplo.
Um exemplo paradigmático deste receio duma iliteracia que pode crescer como bola de neve radica numa experiência de há já longos anos. Na Lisboa dos anos 70, quando cumpria serviço militar e desempenhava funções como secretário duma Junta Regimental – Inspecção Militar – encontrei muitos jovens, com pouco mais de 20 anos e que tinham dificuldade em ler textos simples, apesar de uma escolaridade obrigatória e com aprovação: o vulgo «saber ler, escreve e contar»! Saídos da escola e imediatamente lançados no mundo do trabalho, nunca mais pegaram num livro e, da escola, sobrevivia a assinatura que era necessário apor em documentos! O resto, o tempo encarregara-se de o apagar.
Voltando ao filme: qual o futuro do livro e/ou da leitura? Um desafio que as TIC também nos colocam com pertinência. Imagem ou brincadeira premonitória de um futuro cada vez mais próximo? O «copy e paste» serão uma resposta? E os audiolivros?

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